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4 de mar. de 2007

O Último Chamamento


Falar sobre Ecologia? Ah, é muito simples. Vou a um site de busca (Google, por exemplo), digito o termo em questão, escolho o texto mais complexo e bonito, copio, formato e pronto. Belo trabalho teórico. Certo? Errado!
Já está na hora de encararmos a realidade de frente. Colocar em prática o que estamos protelando há anos. Chega de palavras bonitas, projetos fantásticos e nenhuma ação. O planeta pede socorro e pouco estamos fazendo. Até quando vamos esperar? Desmatamento, esgoto jogado nos rios e oceanos, destruição das nascentes, uso inadequado do solo e subsolo, lixo espalhado pelo chão, emissão de gases tóxicos. E continuamos esperando, esperando...
Assisti pela televisão, há poucos dias, a uma palestra proferida pelo teólogo e antropólogo Leonardo Boff. Ele, muito sensato e seguro, foi bastante incisivo: “Estamos chegando ao fim”. A Terra não suporta mais. Engana-se quem pensa que nosso planeta, apenas um corpo celeste na imensidão do universo, vai acabar. Não, quem vai desaparecer é a espécie humana. A Terra vai se recuperar, apesar de levar anos para isso. Sim, caro leitor, é o HOMEM que vai ser extinto. Muitas espécies também nos acompanharão, mas outras sobreviverão. Segundo Leonardo Boff, os cientistas acreditam que os moluscos cefalópodes (polvos e lulas) é que dominarão o planeta. Por favor, nenhum trocadilho com um certo governante que existe por aí. Aliás, o polvo já é considerado o mais inteligente dos animais invertebrados.
Se todos os países do mundo fossem desenvolvidos e industrializados, assim como Estados Unidos, Japão e alguns países europeus, precisaríamos de três a quatro Terras. Sim, pois quanto maior o desenvolvimento, dentro da mentalidade atual, maior o consumo e a utilização das reservas naturais. O conforto tem um alto preço também para o planeta. Por isso, é tão difícil convencer os Estados Unidos a assinarem, por exemplo, o Protocolo de Kyoto, documento firmado por vários países que se comprometem a diminuir a emissão de dióxido de carbono na atmosfera, entre outras medidas.
Não fique só esperando mudanças e atitudes governamentais. Faça a sua parte. Comece a mudança por você. A conscientização e a educação ambiental são os pré-requisitos essenciais. Você separa o lixo reciclável do úmido? Dá preferência aos produtos biodegradáveis? Prefere o refrigerante em casco retornável ao refrigerante em casco descartável? A teoria é linda, mas a prática...
Portanto, não é a Terra que pede socorro. É a espécie humana, o Homo sapiens sapiens. Ou, como disse Leonardo Boff, o Homo demiens demiens. De demente, mesmo!
Na condição de único ser vivo que polui e degrada, o homem consegue também destruir outras espécies. Isso é lamentável. Mas, a Terra vai resistir. Para alguns cientistas e ambientalistas, o caos está muito próximo. Os mais pessimistas dizem quatro anos e os mais otimistas, vinte. Secas, enchentes, aquecimento global, fome, pragas. A verdade é dura, mas precisa ser dita.
A receita? Mudar nossos princípios, nossa ganância, nosso consumo exagerado. Já pensou pra onde vai aquele celular que você troca a cada seis meses? E aquelas malditas garrafas pet? O descartável trouxe conforto para o homem e lixo para o planeta.
É, talvez, o último aviso para que a humanidade possa, enfim, descruzar os braços e partir para a ação. Pode ser que não tenhamos uma nova oportunidade.